A trilha da Mãe D’Água está localizada numa área de aproximadamente 5.242 hectares na comunidade do Gomes e quem me levou até lá foi o Fábio Macina, Condutor Turístico do município. Seguimos em direção ao nosso destino, onde algo inusitado estava à nossa espera…
Seguimos pelo litoral e as fotos abaixo mostram a entrada exata para se chegar no lugar: na foto abaixo, ao chegar nesse ponto da estrada (onde está a minha sombra), vindo na mão oposta da placa, virem à esquerda nessa estrada de chão e sigam em frente até chegar numa cerca.
E galera, na entrada da trilha já dá pra perceber o grande diferencial do lugar: várias calcinhas e sutiãs penduradas nos galhos das árvores! “O quê, como assim?” É isso mesmo que vocês leram e estão vendo nessas fotos… oficialmente ela se chama “Trilha da Mãe D’Água”, mas é popularmente conhecida como a “Trilha das Calcinhas”! E vocês achando que já viram de tudo nessa vida, né?
A história é a seguinte: nessa região mora um camarada, onde o seu feitiche é roubar peças íntimas femininas dos varais e pendurar nas árvores dessa trilha… sua identidade ainda é um mistério e de acordo com o Fábio, até hoje ele faz isso – ou seja: eu estive lá no ano passado; se voltarmos hoje, veremos outras calcinhas e sutiãs, além das que estavam lá na época…
Achei muito interessante essa preocupação do maníaco em renovar o “mostruário” pra acompanhar a tendência de cada estação, não acham?
É inegável que a exposição das calcinhas se tornou a grande atração do lugar, mas voltando a falar da trilha propriamente dita, né… ela é bem legal de se fazer – sem nenhum nível de dificuldade – e o objetivo é chegarmos até as margens da Lagoa Guanandy – ou Lagoa do Gomes, também conhecida como Lagoa das Sete Pontas.
E no caminho, presenciamos algumas situações bem cotidianas do local, como por exemplo, uma trilha de cupins, fezes de capivaras que passaram por ali e a casinha de um besouro – a geração de hoje que só faz uso de “dispositivos virtuais” como entretenimento, ao se deparar com essa cena, vai achar até que está diante uma raça alienígena! É, tempos sombrios…
Depois de vários minutos caminhando trilha adentro, finalmente chegamos à beira da lagoa – eu particulamente já estava inquieto, doido pra chegar logo, porque… vai que o “tarado da calcinha” estava ali à espreita, nos seguindo e nós não sabíamos?
E uma coisa me chamou a atenção é que a lagoa – que faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) – possui coloração semelhante à Lagoa da Coca-Cola, em Setiba! E por acaso, vocês sabem o significado de Guanandy? Esse é nome de uma planta nativa, abundante em trechos próximos ao mar. Tribos como a dos Botocudos e Puris (Guaranis) faziam uso de seu suco, que é de cor vermelha – se cair essa questão no próximo Enem, digam que aprenderam aqui no Terra Capixaba, beleza?
E assim encerramos nossa aventura – não encontramos o ladrão de calcinhas, graças a Deus – e de lá, seguimos para uma breve visita ao outro lado da lagoa, onde as pessoas tomam banho, pois tínhamos pressa de chegar na Pedra o Frade e a Freira pra ver o pôr do sol – foi massa!
Como chegar:
Partindo da Grande Vitória, siga para o sul pela Rodovia do Sol, na ES-060, passando por Guarapari, Anchieta e Piúma. Chegando em Itapemirim, continue em direção ao sul pela Av Itapemirim em Itaoca, indo para Marataízes. Quando pegar novamente a reta da ES-060, siga em frente e lá na frente, vire à direita no único trevo e siga adiante. Quando estiverem quase chegando, verão uma bifurcação, com uma estrada de chão à direita. Mantenham-se no asfalto à direita e sigam em frente. Depois da curva, vocês verão uma estrada de chão à esquerda. Já é a entrada da trilha.